Esta faceta sempre trabalhou a seu favor: a condição humana nos seus filmes, apesar de retratada com crueza, é também destilada com menos bílis que os seus colegas. Para Noé, Trier e Haneke, os protagonistas são cordeiros sacrificiais, a lançar na bocarra de um universo absurdo e cruel, para efeitos de estudo; para Aronofsky, eles são criaturas doentes e condenadas, cuja perdição se filma sem pestanejar, mas com compaixão. Contudo, Cisne Negro marca uma encruzilhada para o realizador: pois é simultaneamente o seu maior sucesso até à data, e a sua obra menos genuína.
«A arte parasita a vida, tal como a crítica parasita a arte.»
Harry S. Truman
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Cisne Negro (2010)
Esta faceta sempre trabalhou a seu favor: a condição humana nos seus filmes, apesar de retratada com crueza, é também destilada com menos bílis que os seus colegas. Para Noé, Trier e Haneke, os protagonistas são cordeiros sacrificiais, a lançar na bocarra de um universo absurdo e cruel, para efeitos de estudo; para Aronofsky, eles são criaturas doentes e condenadas, cuja perdição se filma sem pestanejar, mas com compaixão. Contudo, Cisne Negro marca uma encruzilhada para o realizador: pois é simultaneamente o seu maior sucesso até à data, e a sua obra menos genuína.
Assinar:
Postagens (Atom)