«A arte parasita a vida, tal como a crítica parasita a arte.»
Harry S. Truman

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cisne Negro (2010)


Darren Aronofsky, juntamente com Gaspar Noé, Lars von Trier e Michael Haneke é um dos melhores cineastas independentes desta geração. Do conjunto, o seu cinema sempre se revelou, na falta de melhor expressão, o mais acessível e humanista.

Esta faceta sempre trabalhou a seu favor: a condição humana nos seus filmes, apesar de retratada com crueza, é também destilada com menos bílis que os seus colegas. Para Noé, Trier e Haneke, os protagonistas são cordeiros sacrificiais, a lançar na bocarra de um universo absurdo e cruel, para efeitos de estudo; para Aronofsky, eles são criaturas doentes e condenadas, cuja perdição se filma sem pestanejar, mas com compaixão. Contudo, Cisne Negro marca uma encruzilhada para o realizador: pois é simultaneamente o seu maior sucesso até à data, e a sua obra menos genuína.